quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ninguém demais

no reencontro, ele disse oi.
ela respondeu, olhou para ele, para o chão, e para ele de novo.
com medo de olhar.
com medo do que aqueles olhos poderiam trazer.

e então se passaram dois segundos com a sensação de uma eternidade.
um sorriso amarelo que escondia tanta coisa: a culpa, a mágoa, a falta.
mas nada foi dito. o silêncio pairou e pesou como pedra.
e tudo voltou como flecha, de uma vez só.

palmas suadas, pés inquietos, palavras incertas.
eu não sou ninguém demais.
e você também não é.
mas o tempo passou, a gente cresceu e a história mudou de tom.

no fim, o fim.
nada para dizer, nada a se fazer.
um abraço apertado para calar o mundo.
e quem sabe, também os corações.  

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